sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O Criacionismo Deve Ser Ensinado nas Escolas como Ciências?

 

          


      Esse é um tema que está sendo amplamente abordado e discutido nos Estados Unidos da América, ao ponto em que o estado norte americano do Tennessee aprovou uma lei que permite aos professores do ensino publico questionarem o consenso cientifico em questões como aquecimento global e teoria da evolução, para o governo desse estado o objetivo didático dessa lei é permitir a professores " ajudar estudantes a compreender, analisar, criticar e revisar de forma objetiva os potenciais e fragilidades cientificas das teorias existentes abordadas na disciplina ensinada ".

     Segundo o governador do Tennessee, Bill Haslam, a legislação " não deve ser construída para promover qualquer doutrina religiosa, ou não religiosa ", entretanto, a tentativa de ensinar o Criacionismo nas escolas publicas americanas não é nenhuma novidade, e o principal grupo que luta por esse direito e sem dúvidas influenciou a criação dessa lei é o Discovery Institute, uma organização que defende o desenho inteligente, uma assertiva de que " certas características do universo e dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo não direcionado como a seleção natural " e essa organização defende e acredita que o criador é o Deus do cristianismo, logo, qualquer implementação do desenho inteligente no ensino publico tente a se centralizar na criação segundo a crença Cristã/Judaica em detrimento de outras crenças, uma inconformidade com qualquer estado democrático de direito que garante a liberdade religiosa e a separação entre religião e estado.

     Por este ser um tema em foco na educação dos E.U.A, logo chegará ao Brasil, aliás já chegou com menor intensidade, mais com intensidade o suficiente para o MEC se pronunciar contra o ensino do Criacionismo como ciências nas escolas publicas brasileiras. Agora aqui será listado alguns pontos que torna o Criacionismo incompatível com o ensino publico de um estado laico e com as ciências:


  • A Bíblia Sagrada não pode se propõe e nem pode ser considerada um livro de ciências, pois quando ela faz observações da natureza, ela faz na perspectiva do escritor, um exemplo disso é que a bíblia chega a afirmar que a terra está parada, ela faz essa afirmação cientificamente incorreta, porém para quem está na terra essa afirmação é pertinente e é usada até os dias de hoje, pois, para quem esta na terra o nosso planeta está parado e o sol girando em torno dele.
  • Em um estado laico, onde as escolas publicas são frequentadas por pessoas de várias crenças, é injusto ensinar a criação na perspectiva Cristã/Judaica, isso quebra o principio de isonomia.
  • O ensino do Evolucionismo e Criacionismo como ciências no ensino fundamental pode vir a fazer uma confusão tremenda na mente de crianças até os dez anos de idade, pois é difícil conciliar as duas teorias.
  • Um estado laico não pode pregar nenhuma religião, mais garantir a livre pregação de todas, a coexistência pacífica e o direito de ateus, agnósticos e  desigrejados.
  • Não há como ensinar o Criacionismo Cristão sem propagar dogmas como o do pecado original por exemplo, Criacionismo só iria trazer de volta a imposição de determinada religião e seus dogmas sobre a vida das pessoas.
     Porém, nesse texto cabe uma ressalva, em escolas de caráter confessional ( Metodistas, Batistas, Presbiterianas, Anglicanas, etc. ) não há problema algum em se ensinar o Criacionismo, não como ciências, mas como uma outras matéria associada a religião que a instituição de ensino confessa, de maneira a não confundir a mente de alunos e alunas que estão na fase da infância.

Fontes:
                                                                          Atos Henrique Fernandes